segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Agradecimento

Gostaríamos de agradecer a presença dos amigos e dizer do sucesso do evento da Carol Desimon que reuniu um público enorme entre a tarde e a noite de ontem. Estiveram presentes outras associações de bairro, especialmente importante os depoimentos do pessoal da Cidade Baixa que vêm seu patrimônio demolido em prol de empreendimentos alienígenas, indesejados, que servem somente para o resultado econômico de empresas que não possuem compromisso com o bairrro. De outra parte, o tema de preservação das casas da Luciana de Abreu transpôs o ambiente do bairro Moinhoss de Vento alcançou toda a cidade e o Brasil: o IAB Nacional emitiu uma moção pela preservação deste patrimônio.

144ª Reunião do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil
Moção Nº 02 - aprovada por unanimidade pelo plenário.
Interessado: População de Porto Alegre.
Proponente: IAB RS, com apoio de IAB CE, IAB PR, IAB DF, IAB BA, IAB MS e IAB PE.
Ementa: Pela preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural das cidades Brasileiras – Episódio Casas da Luciana de Abreu, bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Considerando:
1. O recorrente desrespeito pela história das cidades brasileiras e do patrimônio arquitetônico por parte das grandes empresas de empreendimentos imobiliários;
2. As dificuldades de setores do poder público responsáveis de zelar pela preservação do patrimônio, que resultam, muitas vezes, em uma atuação frágil e vacilante;
3. A responsabilidade dos arquitetos e urbanistas frente a esta prática predatória dos testemunhos de nossa história;
4. O episódio específico de risco de demolição de imóveis em Porto Alegre com características históricas culturais e arquitetônicas importantes – conjunto de casas na Rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O Conselho Superior do IAB manifesta:
§ No entendimento que esta prática deve ser eliminada e substituída pela valorização das cidades brasileiras, de seu patrimônio histórico, artístico e cultural, representado com destaque por sua arquitetura:
§ Total apoio às instituições, entidades e moradores que estão defendendo a preservação do casario da Rua Luciana de Abreu, conjunto arquitetônico representativo de um período histórico e da paisagem urbana daquele bairro e da cidade.





Respeito à Luciana, mesmo, por José Túlio Barbosa


Zero Hora
28 de setembro de 2013 | N° 17567

ARTIGOS

Respeito à Luciana, mesmo, por José Túlio Barbosa*

Em tonitruante demonstração de acesso à imprensa, a empresa interessada em demolir as casas de expressão histórico-cultural da Rua Luciana de Abreu comete vários equívocos. Primeiramente, falta de infraestrutura viária e de saneamento não é motivo para desconsideração dos bens de valor histórico, tampouco fica resolvida pela construção de edifícios de 16 andares em bairros precisamente por isso descaracterizados.

A preservação dos bens de natureza histórica e cultural decorre exatamente da necessidade de desenvolvimento das cidades, sendo o instrumento de preservação dos testemunhos relevantes para a coletividade ao longo do tempo através de freios ao desenvolvimentismo supressor da história das comunidades.

Na recente decisão da 22a Câmara Cível, em que defendi o acolhimento da apelação do Ministério Público, foi rejeitada a juntada de documentos que recebemos dois dias antes da sessão e foi afirmado caber ao município, discricionariamente, definir a natureza de um bem como histórico-cultural ou não. Aqueles documentos – declaração do engenheiro Cláudio Aydos, filho do engenheiro construtor das casas, sobre ter sido o projeto executado no escritório de Theo Wiedersphan, com a colaboração de Franz Filsinger, e cópias de plantas, com o carimbo daquele escritório, e de outras, com a assinatura deste – são de extrema importância para o processo. E, ao contrário do que decidido, o Superior Tribunal de Justiça entende possível a juntada de documentos com tal relevância ao processo em qualquer momento. Além disso, o consultor do município listou os imóveis em discussão, mas não os incluiu no inventário, sem qualquer justificativa. Dessa forma, quando o Compahc examinou o inventário, não teve como se manifestar sobre a exclusão das casas em discussão. Assim, não ocorreu a participação popular através dos conselheiros representativos de várias entidades, como determina a legislação. Objetivamente, o Ministério Público está recorrendo da decisão judicial por entender que podiam e deviam ser juntados os documentos apresentados e que a definição da natureza de um bem como histórica ou cultural não é discricionária, devendo ser motivada e com a participação dos representantes de várias entidades comunitárias.

Além disso, a administração pública está revendo a situação dos imóveis em referência, o que mereceu adjetivação do Tribunal como legítimo, devendo se processar de acordo com a lei. Isso, obviamente, impede a demolição das casas. E o Ministério Público continua vigilante para garantir que os imóveis permaneçam em pé enquanto se travam as cabíveis discussões administrativas e judiciais.

A autoria dos projetos não é a única razão para o reconhecimento da natureza dos bens, mas Theo Wiederspahn e Franz Filsinger são os autores do projeto das casas da Luciana de Abreu. Integrantes do notável grupo de arquitetos alemães que aqui se instalaram e viveram, suas obras são testemunhos da história da própria arquitetura. Aquele, mestre do classicismo; este, expoente do objetivismo e da arquitetura modernista entre nós, tendo precisamente projetado muitos dos casarões construídos nesse bairro amputado. Assim, a autoria do projeto se soma à função de testemunho daqueles imóveis, não se podendo desconsiderar a noção de pertencimento da obra à coletividade, do que a movimentação da população dá provas inquestionáveis.

*PROCURADOR DE JUSTIÇA

sábado, 28 de setembro de 2013

Pare na Luciana




Show com o Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense, comidinhas de chefs, projeção de filmes, exposição de fotos de época, brechós e atividades para crianças. Leve cadeira ou canga, e o que for tomar, e alegria.

DOMINGO 29/09 a partir das 16h

Apoiam essa causa:
IAB-RS (Instituto dos Arquitetos do Brasil)
SAERGS (Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul)
DAFA UFRGS (Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura)
CAFA PUCRS (Centro Acadêmico da Faculdade de Arquitetura)
AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural)
Moinhos Vive
Defender
Defesa Pública da Alegria
Shoot the shit
Vaga Viva

Arq. Prof. Alberto Gomes Pereira Filho (UFRGS)
Arq. Prof. Ana Elisa Costa (UFRGS)
Arq. Prof. Ana Rosa Sulzbach Cé (PUCRS)
Arq. Briane Bicca (coordenadora do Projeto Monumenta)
Arq. Prof. Carlos R. de Azevedo Moura (UFRGS)
Arq. Prof. César Bastos Matos de Oliveira (UFRGS)
Arq. Prof. Cibele Vieira Figueira (PUCRS)
Prof. Éber Marzulo (UFRGS)
Arq. Prof. Eduardo Pizzato (UniRitter)
Arq. Prof. Günter Weimer (UFRGS)
Arq. Prof. Heleniza Avial Campos (UFRGS)
Arq. Prof. Lívia Teresinha Salomão Piccinini (UFRGS)
Arq. Prof. Luciana Inês Gomes Miron (UFRGS)
Arq. Prof. Maria Beatriz Medeiros Kother (PUCRS)
Arq. Prof. Maturino Salvador Santos da Luz (UniRitter)
Arq. Prof. Milton Campos (UFRGS)
Arq. Nestor Torelly (Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural)
Arq. Prof. Paulo Bicca (PUCRS)
Arq. Prof. Paulo Cesa Filho (PUCRS)
Arq. Prof. Renato Menegotto (PUCRS)
Arq. Prof. Luiz Alberto Sohni Aydos (PUCRS)

Adriana Deffenti
Alemão Vitor Hugo
Ana Luiza Azevedo
Ângelo Primom
Bob Bahlis
Carlos Gerbase
Carol Bensimon
Charles Kiefer
Claudia Barbisan
Claudia Laitano
Claudia Tajes
Daniel Galera
Dudu Tajes
Eliane Brum
Eva Sopher
Fabiano de Souza
Fiapo Barth
Flávio Flu Santos
Frank Jorge
Gustavo Brigatti
Gustavo Spolidoro
Hique Gomez
Humberto Gessinger
Ismael Caneppele
Ivette Brandalise
Janaína Kremer
Jorge Furtado
Juarez Fonseca
Julia Barth
Juremir Machado da Silva
Katia Suman
Larissa Maciel
Letícia Wierzchowski
Léo Felipe
Liliana Sulzbach
Luis Augusto Fischer
Luís Nenung
Luciana Tomasi
Luciano Alabarse
Luciano Malásia
Marcia Tiburi
Marcos Rolim
Martha Medeiros
Milena Fischer
Milton do Prado
Mirna Spritzer
Mylene Rizzo
Nei Lisboa
Nora Goulart
Paulo Gasparotto
Paulo Moreira
Pedro Gonzaga
Roger Lerina
Rosangela Cortinhas
Tânia Carvalho
Theo Tajes
Tonho Crocco
Vitor Necchi
Vitor Ramil
Zé Adão Barbosa

Em defesa de um futuro


Zero Hora
28 de setembro de 2013 | N° 17567

PARA PENSAR A CIDADE

Em defesa de um futuro

Professor de arquitetura comenta o movimento pela preservação das casas da Rua Luciana de Abreu

Com frequência, as questões atinentes ao patrimônio arquitetônico ganham destaque e, pela sua relevância, não dizem respeito apenas àqueles envolvidos por dever de ofício. E é isso o que está ocorrendo em Porto Alegre, resultado da ameaça de demolição de um significativo conjunto de casas localizadas na Rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento.

Trata-se de um caso particular, mas que envolve questões que o transcendem e como tais devem ser tratadas. E é isso que me proponho fazer, sobretudo, a partir daquilo que há quase um século foi dito pelo austríaco Max Dvorák (1874 – 1921), historiador da arte da Escola de Viena, no seu livro de 1916 Catecismo da Preservação dos Monumentos, escrito “a partir do ponto de vista de quem convive com problemas relativos ao patrimônio, identificando uma grande quantidade de atitudes prejudiciais à sua preservação”. No capítulo intitulado Perigos que Ameaçam os Antigos Monumentos, ele afirmava então que eram ainda consideráveis esses riscos, cujas origens estariam: na ignorância e na negligência; na cobiça e na fraude; nas ideias equivocadas a respeito do progresso e das demandas do presente; na busca descabida de embelezamento e renovação; na falta de uma educação estética, ou numa educação estética equivocada.

Malgrado o tempo decorrido da época em que foram formuladas essas denúncias, e mesmo considerando que desde então, inclusive no Brasil, avanços significativos ocorreram no que concerne à preservação da arquitetura de interesse patrimonial, os males ali elencados, e suas origens, continuam atuais. E são elas que precisam ser combatidas, seguindo os exemplos deixados por todos aqueles que a isso dedicaram parte significativa de suas vidas. Entre eles, na França do século 19, estava o romancista Victor Hugo, que, por meio do manifesto Guerra aos Demolidores, escrito em 1825, já denunciava como vandalismo aqueles atos que atingiam, por vezes de morte, o patrimônio arquitetônico, aí incluindo os imóveis de propriedade privada. “Chegou o momento de não mais permitir a quem quer que seja que permaneça em silêncio, dizia ele ... É preciso fazer parar o martelo que mutila a face do país... Quaisquer que sejam os direitos da propriedade, a destruição de um edifício histórico e monumental não deve ser permitida... Há duas coisas em um edifício: seu uso e sua beleza. Seu uso pertence ao proprietário, sua beleza a todo mundo”.

Voltando ao que afirmava Dvorák, recorde-se que já no início do século 20, “as enormes cidades configuravam-se cada vez mais como centros econômicos, nos quais a maior parte do que havia restado do passado foi sacrificada sem piedade, em nome das exigências econômicas: meios e vias de transporte, casas comerciais e escritórios... Essa transformação foi tão rápida que, muitas vezes, não se teve tempo ou iniciativa para conferir aquilo que era realmente urgente. Ao contrário, destruíram-se cidades cega e aleatoriamente para substituí-las por novas...” Frise-se que, para ele, opor-se a isso não significava ignorar que as cidades são entes vivos, sendo a mudança inerente à sua própria natureza. O problema não está aí, mas sim de que mudança se trata, quais são os seus motivos e quais as suas consequências. E nesse particular, dizia ele, “vale lembrar ainda que, muitas vezes a ‘modernização e embelezamento’ da cidade são apenas um pretexto, uma vez que a verdadeira motivação encontra-se nos ganhos obtidos pelos especuladores imobiliários, em prejuízo da comunidade” (os grifos são meus).
Dvorák não pretendia, para usarmos expressão recorrente entre os defensores do falso progresso, “engessar” a cidade. Dizia: “Seria certamente injusto e de pouca visão querer impedir que se levasse em conta as novas exigências das grandes cidades. Obviamente, na grande maioria dos casos, não se trata disso, mas de uma modificação tipicamente rotineira, através da qual... (se) destroem antigas partes da cidade sem a menor razão, onde se poderia, com o mínimo de boa vontade, ter salvado muita coisa que foi intencionalmente destruída para sempre” .

No caso aqui em questão, destaque-se que aqueles que defendem a manutenção das referidas casas não o fazem de maneira indiscriminada. Não são contra qualquer demolição, pois se assim o fossem, ter-se-iam igualmente oposto àquelas que estão ocorrendo, por exemplo, na rua Doutor Timóteo. Os que estão em defesa da Luciana de Abreu são movidos por motivos dignos. Apenas não concordam com a absurda afirmação de que os proprietários daqueles imóveis têm o direito de usá-los como melhor lhes convier. Nem tampouco, como já foram acusados, são prisioneiros do passado, mas sim defensores de um futuro que, no caso, não ignora o valor e a singularidade do patrimônio herdado das gerações precedentes; conscientes de que não temos o direito de destruí-lo e jamais poderemos recriá-lo.
Pergunto-me o que aconteceria se as antigas casas da Rua Padre Chagas, que individualmente não possuem grande valor histórico e artístico, fossem destruídas, em nome do “desenvolvimento” e do direito à propriedade, cedendo espaço à construção de grandes prédios. Estaríamos, é claro, irremediavelmente destruindo algo cuja importância transcende os limites do bairro em que se encontra. Lugares como esse, com a natureza e a qualidade que têm, não se criam artificialmente, são únicos e insubstituíveis, frutos tão somente das histórias singulares das cidades onde estão.

Não se trata de tudo preservar. Seria uma atitude tão absurda e inconsequente como achar que só devem ser protegidas as obras de valor histórico e artístico excepcionais. A qualidade de vida das cidades e o significado cultural e antropológico das mesmas não se limitam a essas. Na maioria das vezes, são aqueles lugares não prestigiosos e aparentemente insignificantes os que, literalmente, mais nos tocam, pois com eles podemos estabelecer uma relação direta, próxima e sensível, sem a distância e o peso decorrentes do caráter das obras magnificentes e suntuosas. E a vida na cidade, no seu cotidiano é, ou deveria ser, constituída desses lugares que, como dizia Dvorák, “possuem uma importância incomparável e um significado que atinge a todos os homens, sejam eruditos ou não”. É preciso pois dar eco à sua voz, fazendo-a renascer e ressoar, hoje ainda mais forte do que antes, posto que, como dizia ele, quem destrói arquitetura de valor patrimonial “é um inimigo de sua cidade e de seu país e prejudica a comunidade, pois as obras de arte públicas não foram criadas para esse ou aquele indivíduo, e aquilo que elas encarnam enquanto obras de arte... recordações ou qualquer outro sentimento, é um patrimônio... Ter consciência disso deve ser uma obrigação de toda a pessoa culta”.

É verdade que Dvorák usou, sobretudo, a expressão “monumento” associada à palavra “patrimônio”, o que é compreensível para sua época. Mas é igualmente verdade que esse último conceito foi sofrendo salutar transformação ao longo do século 20, abrangendo hoje um universo mais amplo e diversificado dos chamados bens patrimoniais. E, tudo faz crer, ele já era sensível a isso e tinha consciência de que o território do patrimônio a ser protegido não deve se constituir tão somente de obras individuais excepcionais: “A proteção de monumentos não pode se limitar a algumas obras de artes singulares, mas deve incluir tudo o que puder ser considerado um bem artístico público no mais amplo sentido do termo. E as coisas de menor importância geralmente demandam mais atenção do que as mais significativas”.

Façamos coro com o mestre austríaco, reafirmando, em alto e bom tom, que “não se poderá mais responder às questões que a respeito se colocam argumentando com ideias de progresso e novos tempos... Os administradores da cidade têm obrigação de se esforçar para que nenhum sacrifício ou esforço seja poupado quando se trata do destino de antigas construções e áreas da cidade, visto que também lhes cabe cuidar desses assuntos”, não permitindo que bens patrimoniais sejam sacrificados sem necessidade e contra os interesses da comunidade, dando assim prova de boa condução dos negócios públicos.

PAULO BICCA ARQUITETO | PROFESSOR DA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA PUCRS

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Manifestação defende preservação de casarões no Moinhos

JONATHAN HECKLER/JC

As organizações que defendem que os casarões da rua Luciana de Abreu possuem valor histórico, cultural e arquitetônico começaram ontem os protestos pela causa. A associação Defender - Defesa Civil do Patrimônio Histórico promoveu a manifestação #vemprarualucianadeabreu às 16h30min. Por volta das 17h, aconteceu o protesto Aprisionando a Luciana – Manifesto pela Nossa Cidade.

No dia 28, o Movimento Moinhos Vive e outras entidades promovem o evento Pare na Luciana, entre 16h e 22h. As ações são uma resposta à decisão da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, de 12 de setembro, que permitiu a demolição do casario da década de 1930 após dez anos de processo judicial.

Fonte: Jornal do Comércio.

Notícia da edição impressa de 26/09/2013

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Agradecimento!

Agradecemos demais a participação no evento de ontem aproveitando um dos raríssimos momentos em que se discute a ambientação de nossa cidade e a preservação de nosso patrimônio! Ontem fomos centenas, Sábado estão confirmados milhares! Segue foto de ontem e também a foto de uma das plantas originais garimpadas recentemente e ainda não apreciadas pela justiça. Observem o carimbo, literalmente o "selo".






quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Moinhos Vive

Este video mostra a atual situação urbana do bairro Moinhos de Vento em Porto Alegre. De um lado, o caos do desenvolvimento urbano cresce desordenadamente e, do outro, um bairro que ainda possui um conjunto histórico de edificações, memória viva da cidade que deve ser preservada!




Nota na ZH sobre os eventos!

Nota na Zero Hora de hoje, dia 25/09, página 45.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Parecer do Compahc sobre casarões pode sair na segunda-feira

Leia a notícia de Cláudia Rodrigues Barbosa no Jornal do Comércio publicada na edição impressa de 24/09/2013:

Imóveis foram construídos na década de 1930 na rua Luciana de Abreu
A discussão sobre o valor histórico de seis casas na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, voltou a pautar a reunião ordinária do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), realizada ontem, em Porto Alegre.

O Compahc analisou durante a semana que passou o acórdão da decisão da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ), que permite a demolição do casario da década de 1930. “Hoje (ontem) foi feita uma reunião, com a assessoria da prefeitura, de esclarecimentos de pontos jurídicos a respeito do que significará a nossa decisão”, afirma o conselheiro representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) Nestor Torelly. Segundo ele, o parecer do conselho com a sugestão à prefeitura sobre a inclusão ou não dos prédios no inventário do patrimônio histórico poderá ser definido no encontro da próxima segunda-feira. “Ainda estamos na fase de esclarecimentos”, diz.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) já havia dito que iria recorrer da decisão do TJRS. A incorporadora Goldsztein, que pretende fazer um projeto imobiliário no local, considera legítimo o movimento do MP, apesar de frisar que durante dez anos a Justiça investigou tudo o que diz respeito aos imóveis e não encontrou razões para preservá-los. “Não ficou comprovada a autoria do arquiteto alemão Theo Wiederspahn naquelas casas”, afirma o advogado da empresa, Milton Terra Machado.

Na semana passada, o Compahc iniciou a averiguação dos novos documentos que comprovariam que o casario seria de autoria de Wiederspahn. O MP já havia tentado acrescentar ao processo as plantas arquitetônicas, encontradas em setembro por Cláudio Aydos, herdeiro de Alberto Aydos, parceiro de Theo Wiederspahn na obra, e que apontariam que as casas foram projetadas pelo alemão. O tribunal não aceitou as provas por não ser admitido no sistema processual civil a inclusão de documentos ao processo nesta fase do julgamento.

Para o MP, o casario foi injustificadamente excluído do inventário feito pela prefeitura mesmo fazendo parte do legado deixado pelo arquiteto alemão. A incorporadora afirma que as seis casas nunca fizeram parte dos imóveis listados e salienta que outros 127 foram destacados no bairro.

Desde 2003, uma liminar favorável ao MP impedia que a Goldsztein desse prosseguimento a seu projeto. No dia 12 de setembro, de forma unânime, o TJ confirmou a sentença de primeiro grau, a qual diz que as casas não possuem valor excepcional que justifique a inclusão no rol do patrimônio histórico.

Associações organizam manifestações contra a derrubada do casario

As organizações que defendem que os casarões da rua Luciana de Abreu possuem valor histórico, cultural e arquitetônico estão organizando protestos pela causa. Para amanhã, a associação Defender - Defesa Civil do Patrimônio Histórico promove a manifestação intitulada #vemprarualucianadeabreu. Por meio das redes sociais, a Defender declara que vem acompanhando a situação e as “ameaças que o casario da rua Luciana de Abreu sofre há bastante tempo”. A concentração está marcada para as 16h30min em frente aos imóveis.

Para o mesmo dia e local, por volta das 17h, está programado um “café-manifesto” em prol do “cenário urbano de Porto Alegre”. Batizado de Aprisionando a Luciana – Manifesto pela Nossa Cidade, a página no Facebook instrui os interessados a levar mesas, cadeiras e instrumentos musicais.

No dia 28, o casario receberá uma homenagem de integrantes do Moinhos Vive e adeptos da preservação dos imóveis. Também programado via redes sociais, o evento Pare na Luciana já tem 280 confirmados e deve ocorrer das 16h às 22h.

No sábado passado, o Conselho Superior do IAB aprovou moção de apoio à defesa do casario. O documento foi chancelado por mais de 60 arquitetos de 14 estados, que participavam de evento na Capital.