quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Barão de Santo Ângelo

E não é que o Barão de Santo Ângelo era multitalentoso? Mil e uma utilidades!



BARÃO DE SANTO ANGELO, Rua do Bairro Moinhos de Vento. Começa na Rua Fernando Gomes e termina na Marquês do Herval. Seu primeiro nome foi Rua Visconde de Mauá, onde em 1911 a Cia. Territorial Rio-Grandense oferecia terrenos à venda. Com essa mesma denominação também aparece na planta oficial da cidade em 1916. E nesse nome perdurou até 09/01/1930, quando um decreto municipal lhe deu a atual denominação, atendendo a um pedido do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande Do Sul. Pode-se ler no relatório do Prefeito Alberto Bins, relativo ao ano de 1930: "Por ocasião da passagem em Porto Alegre dos restos mortais do ilustre rio-grandense Manoel de Araujo Porto Alegre, a Municipalidade resolveu, atendendo a uma solicitação do Instituto Histórico Geográfico Rio-Grandense, dar a denominação de Barão de Santo Angelo a rua Visconde de Mauá, situada no 3º distrito, supindo-se essa ultima denominação, anteriormente aplicada a avenida marginal do porto. Havendo já uma rua com o nome de Barão de Santo Angelo no 4º distrito, foi ele substituído pelo de Marcelo Gama, nome por que era mais conhecido, nas letras pátrias, o saudoso poeta rio-grandense Possidonio Machado". Fique claro, portanto, ter havido outra Rua Barão de Santo Angelo antes de 1930, a qual no caso, corresponde a atual Rua Marcelo Gama.

Fonte: Livro "Porto Alegre: guia histórico" (ed. UFRGS, 1988) de Sérgio da Costa Franco.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Ópera de Luciana

Curta produzido para disciplina de Patrimônio e Restauro, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo PUCRS. Autores: Bruna Köhler, Bruno Sindermann, Lizandra Moreira e Maurício Miranda.


domingo, 27 de outubro de 2013

Luciana de Abreu

Tanto falamos aqui na Luciana de Abreu, mas, quem foi ela? Conheça um pouquinho de sua história!


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Ato em apoio aos ativistas

No próximo domingo, dia 27, às 10h, a família de Ana Paula Maciel, a ativista gaúcha que está presa na Rússia, vai se reunir em peso no Parque da Redenção, em Porto Alegre e convida você a se unir a eles.

Traga seu chimarrão e participe do ato de solidariedade pedindo a liberdade de Ana e de seus 29 colegas que também estão em prisão preventiva, acusados de pirataria.

Para saber mais, acesse: http://bit.ly/1acILAV

Ajude a libertar os ativistas presos injustamente, acesse e envie um email à embaixada russa e à Presidenta Dilma: ►► http://bit.ly/LibertemOs30

Sobre segurança

O Moinhos Vive já há 10 anos vem se reunindo com as autoridades responsáveis pela segurança pública. As demandas têm sido reiteradamente apresentadas e todas as autoridades se comprometem a agir, porém, passam as administrações e pouco resultado se observa. Às vezes, contatamos uma melhoria no patrulhamento, na presença de policiais, mas, que logo desanda.

De um projeto elaborado durante um ano, com muita participação e trabalho, foram previstas 20 câmeras de segurança, mas, colocaram somente três, obviamente insuficientes para controlar todo o bairro.

Os ventos da política entendem que o Bairro Moinhos de Vento é território de ricos, com condições de pagar segurança privada e que aos olhos do estado (populista) possui, portanto uma importância secundária. Como o bairro é menos populoso – menos votos potenciais - os políticos optam por investir nas vilas e bairros distantes com maior número de eleitores.

Cansados desta lógica eleitoreira que os administradores têm se valido para justificar a sua irresponsabilidade quanto à segurança das pessoas, o Moinhos Vive está convocando novamente as autoridades e o Ministério Público para que seja escrito um Termo de Ajustamento de Conduta com deveres e responsabilidades para os políticos que tratam discriminadamente nosso bairro.

A partir de agora passaremos a divulgar o nome e as promessas de cada representante e administrador. Para os que cumpriram o que disseram vamos exaltar suas qualidades e indicar como um legítimo representante do povo, um político de qualidade que merece ser honrado com nosso voto.

Aqueles em que a maior qualidade é só a conversa, terão a certeza de todo nosso repúdio.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Lideranças do movimento Moinhos Vive relembram luta dos bairros de Porto Alegre contra especulação imobiliária

via Sul21.


Samir Oliveira
Recentemente, a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizando a demolição de seis casarões na Rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, trouxe novamente à tona o debate em torno da preservação do patrimônio histórico da cidade. Dois protestos foram realizados pela comunidade e o Ministério Público solicitou a paralisação do processo judicial por 30 dias para que se tentasse chegar a um acordo com a construtora Goldsztein, que deseja erguer um prédio de 16 andares no local onde estão as casas geminadas da década de 1930.
Entretanto, o movimento que busca preservar as casas da Luciana de Abreu surgiu em 2002, quando a construtora manifestou sua intenção de realizar a obra. Nesta entrevista, o Sul21 ouve duas lideranças do movimento Moinhos Vive e relembra a luta pela preservação dos bairros diante da investida da especulação imobiliária em Porto Alegre no início dos anos 2000.
A historiadora Alda Py Velloso e o arquiteto Carlos de Azevedo Moura entendem que o Plano Diretor da cidade precisa ser rediscutido com as associações dos bairros e lamentam a influência das construtoras na elaboração deste conjunto de normas. Eles também asseguram que não existe possibilidade de a comunidade do Moinhos de Vento aceitar um acordo em que a Goldsztein preserve três das seis casas na Rua Luciana de Abreu.

“Esse conjunto forma uma mancha verde de vegetação e rompe completamente com o padrão monótono dos edifícios da rua, que são altos e tiram o sol dos jardins”

Sul 21 – Como começou o movimento em defesa dos casarões da Luciana de Abreu?
Alda Py Velloso – Com a mudança do Plano Diretor entre 1999 e 2000, começou a haver uma série de demolições e
m toda a cidade. Nós ouvíamos falar de intervenções na Independência, no Petrópolis, no Bela Vista, mas não sabíamos direito do que se tratava. Naquela época, eu era completamente leiga neste tema. Então ficamos sabendo a demolição dos seis casarões da Luciana de Abreu. Neste momento, resolvemos criar um grupo juntamente com os usuários do Parcão. Formamos um conselho de bairro chamado “Conselho dos Usuários e Moradores do Bairro Moinhos de Vento”. O primeiro ato deste conselho foi criar o “Moinhos Vive”, em agosto de 2002. No início, nos reuníamos em uma das casas da Luciana de Abreu, mas o movimento cresceu tanto que tivemos que nos mudar e hoje nos reunimos uma vez por semana no Clube Leopoldina Juvenil.


Carlos de Azevedo Moura – Fui atraído pelo movimento em 2002. Fizemos faixas e passeatas, mas não era fácil fazer com que as pessoas participassem. Nos diziam: “todo esse barulho por causa de seis casas velhas?”. Começamos todo esse trabalho tendo em vista as casas. Na medida em que fomos crescendo, aumentou também a visão sobre o que queríamos preservar. Não são apenas as casas. Percebemos que elas têm muito mais importância como um conjunto do que isoladamente, pela própria disposição em curva e pelo que representam em termos de referencial. Esse conjunto forma uma mancha verde de vegetação e rompe completamente com o padrão monótono dos edifícios da rua, que são altos e tiram o sol dos jardins.
Sul21 – Quais foram as primeiras ações que vocês tomaram?
Alda – Criamos um abaixo-assinado e coletamos 1,5 mil assinaturas contra a demolição das casas. A partir daí, ingressamos com uma representação no Ministério Público. Eles aceitaram nossa demanda e foi assim que começou a tramitar está ação na Justiça, que já dura 11 anos. Essa questão nunca esteve resolvida e só agora voltou a ter novas decisões na Justiça. As pessoas acreditavam que as casas já estavam preservadas, porque ainda não tinham sido demolidas. Agora, com as movimentações do processo na Justiça, se deram conta de que nada está resolvido. Hoje, a população é muito mais consciente sobre isto do que quando começamos o movimento.
Carlos – Vieram com uma questão a respeito do pedigree das casas. Elas são feitas, sim, pelo Theo Wiedersphan. Temos toda a documentação. Ele fez essas casas junto com outro arquiteto que foi tão importante quanto ele para a cidade. Foi o introdutor do Modernismo em Porto Alegre. Tentam descaracterizar a autoria das casas e diminuir sua importância. Se conseguirem demoli-las, será um crime. Vão construir um edifício de 16 andares, que retira o sol e a areação natural da rua, descaracterizando completamente a região. A tendência é que a Luciana de Abreu fique completamente descaracterizada.
Sul21 – Quais eram os usos que as casas tinham antigamente?
Alda – Cinco eram lojas e uma era um restaurante. Todas estavam alugadas. Quando os locatários se deram conta, as casas tinham sido vendidas – sendo que eles recém haviam reformado elas. Então contrataram advogados para tentar permanecer nas casas ou fazer algum acordo a Goldsztein. Todos acabaram fazendo acordo com a empresa e receberam indenizações para sair das casas.

“Quando ficamos sabendo que o Plano Diretor permitia todas as demolições que estavam sendo feitas, começamos a ir nas reuniões que decidiam sobre as alterações do Plano”

Sul21 – Como a luta pela preservação das casas da Luciana contribuiu, no início, para a organização de outros movimentos de bairro na cidade?
Alda – Em 2002, muitas pessoas perceberam que o que estava acontecendo no Moinhos também ocorria nos seus bairros. Muita gente de outras regiões ia nas nossas reuniões para entender o que estávamos fazendo. Então se criou o Petrópolis Vive, o Higienópolis Vive, o Menino Deus Vive… Isso acabou se multiplicando naquela época. Quando ficamos sabendo que o Plano Diretor permitia todas as demolições que estavam sendo feitas, começamos a ir nas reuniões que decidiam sobre as alterações do Plano.
Sul21 – Como foi o processo de tombamento das casas geminadas da Rua Félix da Cunha, que também já foram ameaçadas de demolição?
Carlos – São casas da mesma época, quase contemporâneas às da Luciana de Abreu. São construções do arquiteto tcheco Egon Weindorfer. Elas seriam demolidas para que a Perimetral fosse alargada, em 1988. Os proprietários, dentre eles, a minha família, começaram um trabalho de resistência. Encaminhamos o tombamento das casas e elas foram preservadas. Mas foi um processo muito difícil, tivemos que ir ao rádio e à televisão. Foi um grande prazer poder preservar essas casas. Demos um exemplo para toda a cidade.
Sul21 – Na opinião de vocês, por que as casas da Luciana de Abreu não estão incluídas na lista de imóveis a serem tombados pela prefeitura?
Alda – Junto com o Plano Diretor, existem também os planos Viário, Pluvial e de interesse cultural da cidade. No ano 2000, eram 80 áreas classificadas como de interesse cultural. O Moinhos de Vento, que é um bairro pequeno, tinha três áreas. A linha da preservação no bairro chega nas casas da Luciana de Abreu e faz um “L” para não incluí-las. Elas estavam pré-listadas, mas não entraram na lista por motivos que não sabemos. Já conversei com a arquiteta responsável e ela disse que bastava a comunidade pedir que as casas seriam incluídas. Mas até hoje não conseguimos isso.
Sul21 – No Centro Histórico, a comunidade luta contra uma lei que permite a construção de um prédio de 13 andares ao lado do Museu Júlio de Castilhos. Na Zona Norte, existem pressões para a retirada do Aeroporto Salgado Filho, o que abriria a possibilidade de construção de espigões naquela região. Como vocês avaliam a investida da especulação imobiliária na cidade hoje?
Carlos – Antes de mais nada, é preciso ter bom senso. A prefeitura está realmente lavando as mãos, mas os arquitetos da cidade deveriam pressionar também. Claro que muitos trabalham para as construtoras, que buscam aproveitar o máximo possível as áreas. O resultado volumétrico da arquitetura feita é fruto do Plano Diretor, que é muito perverso neste sentido. Posso estar criticando meus colegas, mas acho que deveria haver mais consciência sobre essas questões. Porto Alegre merece mais do que simplesmente permitir a execução de um Plano Diretor que sofreu forte pressão das construtoras para permitir a verticalização e o aproveito máximo de cada área. Os arquitetos precisam fazer um mutirão – inclusive os que trabalham na prefeitura – e uma auto-crítica do Plano Diretor. Tem outro fator importante, que é a submissão cultural. O fenômeno nova-iorquino das torres altas chegou aqui na década de 1930. E agora estão repetindo, em algumas cidades, o maldito fenômeno de Dubai. É um problema até de afirmação sexual: cada um quer fazer um pênis maior. É um absurdo, estão mexendo até no Mar Vermelho. E arquitetos famosos estão entrando nesse jogo e se deslumbrando com a verticalização.

“Essa história de fazer uma preservação pela metade não serve para ninguém. O movimento Moinhos Vive não topa esse acordo”

Sul21 – Como vocês veem a possibilidade de um acordo? A Goldsztein vem acenando com a possibilidade de preservar três casas e realizar uma série de investimentos no bairro.
Alda – Tu consegues ver a preservação de um conjunto pela metade? Conjunto é conjunto. Essa história de fazer uma preservação pela metade não serve para ninguém. O movimento Moinhos Vive não topa esse acordo.
Carlos – Não sei se isso é balão de ensaio, mas não vai sair, tenho certeza absoluta. Eu, pelo menos, sou radicalmente contra.
Sul21 – Como vocês avaliam a atuação do Compahc nesta questão?
Alda – A tramitação deste assunto está suspensa por 30 dias no Compahc, a pedido do Ministéiro Público. É muito difícil a situação no conselho. A prefeitura tem oito cadeiras, E não sabemos o que os outros representantes pensam. A OAB está representada no Compahc e é contrária a preservação das casas. A Sociedade de Engenharia também. Mas existem laudos sobre esse assunto do IPHAN, do IPHAE e do EPAHC. Todos são favoráveis à conservação das casas e não estão sendo ouvidos.
Carlos – A prefeitura tem um órgão que é eminentemente técnico, que se chama EPAHC. É um órgão dedicado somente a preservação, composto de arquitetos, gente ligada à área. Esse órgão já nos disse, em documento, que as casas precisam ser tombadas. O Compahc tem que julgar a qualidade daquele espaço para a cidade. Será que é isso mesmo que irão julgar?

“O que está colocado agora é um jogo político. A prefeitura tem que saber o que quer”

Sul21 – Muitas vezes esses assuntos costumam ser tratados de forma eminentemente técnica. Mas até que ponto vocês não acham que essa preservação dependeria, também, de uma decisão política?
Alda – O que está colocado agora é um jogo político. A prefeitura tem que saber o que quer. O assunto está nas mãos do prefeito. Ele está subsidiado por três laudos técnicos dos órgãos de preservação do patrimônio.
Carlos – O prefeito tem uma dívida conosco nesta questão de preservação. Acho que é o momento de pagar essa dívida, caso contrário, ele vai ficar conhecido como o prefeito que, no mínimo, foi conivente com a demolição dos casarões da Luciana de Abreu. Sei que as pressões são muito grandes e a prefeitura tem muitos problemas para resolver, mas não podemos perder este patrimônio. Dou meu voto de confiança ao prefeito.
Sul21 – Como foi para a comunidade se apropriar de processos e termos que são bastante técnicos? Imagino que, no início do movimento, ninguém que não fosse arquiteto compreendesse muito a dinâmica de um Plano Diretor.
Alda – Tivemos que aprender o que significa área de interesse cultural, Plano Diretor… Todo mundo aprendeu. Para mim, foi horrível, porque, da maneira como esses assuntos são tratados, somente as construtoras participavam das votações e das decisões. O Plano Diretor não foi elaborado com a presença da comunidade. Durante sua alteração, tentamos participar, mas perdíamos em todas as votações, porque as construtoras levavam todo mundo para as reuniões. É uma situação em que nós, leigos nestas questões, temos que implorar para que a prefeitura preserve a cidade.









7º SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM MEMÓRIA E PATRIMÔNIO

7º SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM MEMÓRIA E PATRIMÔNIO nos dias 6 e 8 de novembro, na UFPEL.



O conceito de patrimônio e em particular o de patrimônio cultural, proposto pela UNESCO, é resultado de processos complexos de negociações políticas nacionais e internacionais. Os processos de constituição do patrimônio se fazem acompanhar por representações normativas e por vezes conflitivas da cultura e diversidade.

O patrimônio cultural, tal como aborda a UNESCO, se apresenta como um patrimônio nacional, o que leva a questionar os objetivos, a eficácia e a maneira como o Estado se posiciona diante dele.

Como promotora do patrimônio cultural imaterial, a UNESCO desempenha um papel essencial no movimento de extensão e universalização do campo patrimonial. Com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio cultural imaterial de 2003, a noção de patrimônio avança para um vasto conjunto de práticas sociais no qual a diversidade de suportes, expressões, sentidos, tipologias, se entrecruzam e potencializam outras tantas expressões patrimoniais.

O discurso oficial da UNESCO busca, ao expandir o patrimônio para além de suas expressões materiais ou da cultura dita erudita, amplia-lo para domínios da cultura vernacular, das expressões de culturas ditas subalternas e de valores que transcendem a afirmação da Nação.

Do patrimônio mundial ao nacional, passando por patrimônios locais e reivindicações patrimoniais associadas a grupos e minorias, o fio condutor é a ideia de herança a preservar, ideia essa já manifesta em documentos oficiais da UNESCO nos anos 1970, o que fez avançar da noção de patrimônio em sentido mais restrito para processo de patrimonialização no qual atores, sujeitos, valores e dispositivos de reconhecimento e salvaguarda são colocados em interação.

A Convenção de 2003 da UNESCO veio, portanto, trazer o tema da diversidade associado ao da necessidade de salvaguarda, num contexto de pós-colonialismo, neocolonialismo e mundialização. A defesa das culturas "locais" frente aos efeitos corrosivos da "tendência cosmopolita" está na base dos princípios de valorização de expressões culturais cada vez mais associadas aos contextos locais.

Nesse 7º SIMP pretende-se propor discussões sobre formas nacionais e locais de expressão e gestão patrimonial, abordando os impactos e reflexos da Convenção da UNESCO de 2003 nos diferentes contextos nacionais. Como principio fundamental adotamos a ideia de tratar experiências patrimoniais que envolvam tanto o patrimônio imaterial quanto o material, o intangível e o tangível, entendendo que certas manifestações, como o caso do patrimônio religioso no México, são pontos de convergências dessas duas dimensões.

Mais infos em: http://ich.ufpel.edu.br/simp/7/v04-01/index.php

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Próxima reunião do Movimento Moinhos Vive



Na próxima semana a reunião do Moinhos Vive contará com a presença do representante da Prefeitura, Sr. Kandrik, para tratar dos assuntos pendentes no bairro como calçadas, iluminação e faixas de segurança, entre outros, e também se escolherá um novo tema para ser tratado como a segurança. Na reunião será tratada a questão das vias que apresentam estacionamentos em ambos os lados fazendo com que a circulação fique extremadamente exígua, portanto demorada. Vamos solicitar mudanças neste sentido. Participe das reuniões de segundas-feiras, às 19h30, na Associação Leopoldina Juvenil.



Não basta curtir, tem que participar!


Não basta curtir, tem que participar!

Existem inúmeras Associações e Movimentos de Moradores, entidades ambientalistas como AGAPANINGÁNAT BrasilGreenpeaceCEAUPANCURICACA, etc.


O que você está esperando para realmente participar?



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Novas calçadas

Conheça a sugestão de desenho de calçada que está sendo pensada para o bairro!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Repavimentação da Rua Dinarte Ribeiro

O Moinhos Vive solicitou e foi atendido pela Prefeitura Municipal a repavimentação da rua Dinarte Ribeiro em paralelepípedos, obra que está prevista para ser executada em Janeiro e Fevereiro próximo. Na mesma oportunidade solicitamos que o estacionamento na via seja permitido somente em um lado para que a circulação se desenvolva de forma mais livre. Nosso objetivo é recuperar o ambiente desta rua importante que integra o coração do bairro e que possui edificações de qualidade. A exagerada circulação estava degradando-a.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Do povo e para o povo

A revista Veja desta semana tem uma matéria sobre o aproveitamento de uma linha de trem desativada em NY que A COMUNIDADE entendeu preservar, fazendo um aproveitamento como passarela arborizada. O interessante é que o artigo se refere, o tempo todo, em planejamento pelas associações de bairro, porque hoje se entende que as associações é que representam de fato os anseios da comunidade. Vale a leitura porque indica o caminho do futuro e endossa o que estamos fazendo: inovando ao estarmos alinhados com a nova maneira de planejar as cidades!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Moção pela preservação do conjunto de casas da Rua Luciana de Abreu

O IAB/RS em conjunto com os IABs dos demais estados brasileiros, formalizaram em reunião nacional, uma moção pela preservação do conjunto de casas da Rua Luciana de Abreu, bairro Moinhos de Vento. Este documento foi assinado por 60 Arquitetos e Urbanistas, que demonstraram a preocupação pela preservação deste Patrimônio Cultural, transcendendo os limites de Porto Alegre e do estado do R.G.S., passando a ser assunto nacional.

Faça download da moção nesse link: http://www.slideshare.net/moinhosvive/moo-iab-proteo-casarios-da-luciana-de-abre-20001




sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Iluminação Pública

O Moinhos Vive possui um grupo liderado pela Cacaia - Café do Porto - que está estudando a iluminação pública para o bairro. Diversos tipos de luminárias foram apresentadas pela Prefeitura e três modelos foram aceitos. O projeto está sendo elaborado e logo será trazido para discussão. Participe das reuniões às segundas–feiras, às 19h, no Clube Leopoldina Juvenil, para contribuir com sua opinião.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Faixas de Segurança



O Moinhos Vive está trabalhando junto a SMOV e Prefeitura Municipal para repintar as faixas de segurança do bairro. Juntamente estamos solicitando que os rebaixos de meio-fio estejam alinhados com as faixas de segurança pois exsitem vários exemplos desencontrados o que tecnicamente é um perigoso equívoco.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Mobilidade Urbana no Moinhos de Vento

O Moinhos Vive vem recebendo excelente retorno dos moradores do Moinhos de Vento referente ao resultado da troca de mão da rua Tobias da Silva e implantação de mão única na rua Dinarte Ribeiro. 

Este trabalho foi desenvolvido durante todo o ano de 2013 em parceria coma Prefeitura Municipal e EPTC que se fizeram presentes nas reuniões semanais do Moinhos Vive. As modificações foram negociadas com os empreendedores do bairro – especialmente o Shopping Moinhos - que entenderam as demandas dos moradores e que foram motivo de exaustivos estudos dos técnicos - tanto da EPTC como indicados pelo próprio shopping.

Com certeza este trabalho em conjunto, ouvindo e respeitando todos os interesses envolvidos, com o uso de educação e bom senso, representou uma vitória importante para a comunidade do bairro Moinhos de Vento.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Por que manter as casas da Luciana de Abreu?

Porque o conjunto de casas foi amplamente reconhecido como Patrimônio Cultural pela comunidade do bairro e grande parte da população de Porto Alegre, quando documentaram através de 10.000 assinaturas pedindo pela preservação;

Foto de Igor Pires – Evento Pare na Luciana, durante o dia 29 de setembro de 2013.

Evento Pare na Luciana, durante a noite de 29 de setembro de 2013.


Porque integram o coração do Moinhos de Vento, cuja identidade se caracteriza pela existência de antigas casas, em vários estilos arquitetônicos, históricas, que se integram às dezenas de túneis verdes e ampla arborização, tombados por decreto municipal;

Arquivo Moinhos Vive – Vista superior do conjunto de casas da Luciana de Abreu


Porque o projeto arquitetônico do conjunto de casas geminadas projetadas por Theo Wiederspahn é um exemplar especial e único em sua conformação. Foram implantadas em terreno com suave curva, acompanhando o traçado da Rua Luciana de Abreu;

Foto da década de 30 – Registro fotográfico do acervo de obras construídas pela empresa A. D. Aydos & Cia. Ltda.

Projeto Arquitetônico elaborado por Theo Wiederspahn – Datado em Dezembro de 1931 – Planta baixa do Porão

Projeto Arquitetônico elaborado por Theo Wiederspahn – Datado em Dezembro de 1931 – Planta baixa do Térreo

Projeto Arquitetônico elaborado por Theo Wiederspahn – Datado em Dezembro de 1931 – Planta baixa do Pavimento Superior


Porque as casas poderiam ser utilizadas no sentido de suprir as carências existentes do bairro Moinhos de Vento, passando a ter maior diversidade de atividades, tais como Museu, Biblioteca, Espaços de Arte / Cultura, Cinemateca para Filmes Culturais e Central de Informações Turísticas para que toda a comunidade possa usufruir do espaço edificado e ambiental;

Foto de 2002 quando as casas eram utilizadas.


Porque as seis casas devem fazer parte do PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL do bairro e da cidade, conforme pareceres dos órgãos especializados no âmbito Municipal (EPAHC), Estadual (IPHAE) e Federal (IPHAN);

Documento EPAHC: acesse aqui.

Documento IPHAE: acesse aqui e aqui.

Documento IPHAN: acesse aqui e aqui.

Porque as premissas constitucionais de 1988 exigem que o Prefeito Municipal tome as providencias pela Preservação do Patrimônio Cultural.

Foto de Gilberto Simon – Atual estado de conservação.

Um acordo com a cidade

Coluna de José Tulio Barbosa, Procurador da Justiça, no jornal O Sul.


Moradores pedem alteração em projeto de hotel no Centro

Em apoio ao movimento de moradores do centro de Porto Alegre, repassamos a notícia:

Moradores pedem alteração em projeto de hotel no Centro

Para tentar resolver um impasse entre moradores do centro da cidade e os proprietários de um imóvel que querem construir um hotel na região, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) foi até o local, na manhã desta sexta-feira (4/10), ao lado do museu Júlio de Castilhos (na rua Duque de Caxias, 1.195), para conhecer a obra e conversar com a comunidade. A questão envolve um projeto arquitetônico (dos anos 90) para a construção de um hotel e que, entre outras questões, prejudicaria a estrutura do museu público.

Um dos proprietários, Vitório Píffero, relatou que as obras foram iniciadas pelo edifício garagem, com entrada na rua Espírito Santo, ainda em 1998, mas foram interrompidas em 2001 por opção dos investidores. Em 2008, com a aprovação do Estatuto das Cidades, houve uma série de alterações nos conceitos urbanísticos, tanto que o Plano Diretor de Porto Alegre se adaptou às novas negras, em 2010. Em 2012, na tentativa de retomada do empreendimento, os proprietários se depararam com esta inadequação.

Contudo, o Projeto de Lei (PL) do Executivo 38/12, que está tramitando na Casa,  estabelece incentivo ao setor privado para a adequação de prédios inacabados no Centro Histórico. De acordo com a proposta, construções que estivessem paradas, mas com ao menos as fundações iniciadas, poderiam ser concluídas, desde que adaptadas às normas atuais como as de acessibilidade e combate a incêndio. No entanto, estes projetos estariam desobrigados, por exemplo, a cumprir as novas exigências de volumetria, impacto de vizinhança e ambiência, obrigatórias de 2010 em diante.

A situação mostra-se ainda mais confusa uma vez que o terreno em questão era composto por mais de um registro de imóveis, que foram unificados em 1993. Do empreendimento de 10 mil metros quadrados, os dois mil já construídos encontram-se numa parte que tem saída para a rua Espírito Santo (o edifício garagem).  Na parte em que os investidores pretendem erguer o hotel não há fundações ou qualquer outro sinal que indique que as obras foram iniciadas. Enquanto os moradores alegam que se a construção não começou, ela não se enquadraria ao PL do Executivo, o proprietário alega que, como é uma matrícula apenas e o hotel e o edifício garagem constituem um único imóvel, a edificação já foi iniciada e, portanto, deve ser contemplada pela nova legislação – caso esta seja aprovada.

Paulo Guarnieri, presidente da Associação Comunitária do Centro Histórico, é contrário ao PL e defende que todos os projetos devam se adequar ao Plano Diretor, sem exceção. “Isto é um casuísmo. É uma forma de fazer um projeto arquitetônico construído sobre um marco urbano ultrapassado ser efetivado. Um projeto que vai contra a legislação atual”. Já Píffero defende que “o hotel irá ajudar a reavivar a região”.

Diante disso, após ouvir as duas partes, a Cuthab decidiu constituir um grupo de trabalho para intermediar as negociações com a prefeitura. “Existem questões de ordem técnica que não cabem aos vereadores. No entanto, a vinda aqui serviu para que o diálogo fosse estabelecido, uma vez que o proprietário sinalizou que quer conversar para achar uma alternativa, talvez até modificando o projeto inicial”, explicou o vereador Delegado Cleiton (PDT), presidente da Comissão, defendendo que este caso seja analisado de forma individualizada – o PL prevê mais três situações semelhantes a esta.

Julio de Castilhos

A construção do hotel de 13 andares, uma vez terminada, irá interferir diretamente na vida dos moradores do prédio ao lado, também de 13 andares, que perderão boa parte da exposição solar que têm hoje, Contudo, eles alegam que o principal motivo das reclamações refere-se ao museu Julio de Castilhos, que poderia sofrer impactos negativos, inclusive na estrutura. “O que nós pretendemos é que o prédio do museu não seja atingido”, garantiu Naira Vasconcelos, que junto com outros moradores segurava uma faixa com os dizeres: “a história de muitos versus o lucro de poucos”.

Píffero, contudo, garantiu que o prédio não sofrerá qualquer tipo de dano e, mais do que isto, com um hotel ao lado, a tendência é o aumento dos visitantes. “Nós estamos querendo trazer turistas para o Centro Histórico. Se isto é ruim, o que é bom?”, questiona o empresário.

O diretor do Museu, Roberto Schimitt-Prym declarou que o secretário de Cultura do Estado, Luiz Antonio de Assis Brasil, encaminhou documento não colocando objeção ao projeto do hotel, com base em estudos dos Institutos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Estado (Iphae).

Participaram da visita os vereadores João Carlos Nedel (PP), Fernanda Melchionna (PSOL), Alceu Brasinha (PTB), Marcelo Sgarbossa (PT), Sofia Cavedon (PT), Márcio Bins Ely (PDT), Mauro Pinheiro (PT) e Bernardino Vendrusculo (PROS).

Texto: Gustavo Ferenci (reg. prof. 14.303)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062), 04.10.2014

Reunião aconteceu no local. Foto: Ederson Nunes

A obra está parada desde 2001. Foto: Ederson Nunes


Fonte: http://www2.camarapoa.rs.gov.br/default.php?reg=20435&p_secao=56&di=2013-10-04

San Francisco cidade democrática


Um exemplo de cidade democrática, San Francisco, está consultando a população para melhorar a região em torno da Market Street. Para isto contrataram o renomado escritório de arquitetura Gehl Architects.

O projeto de revitalização da Market Street oferece uma oportunidade especial para imaginar uma nova região, mais bonita e mais verde, com praças públicas, cafeterias, vitrinas de arte, apresentações públicas, centros dedicados a bicicletas e transporte público eficiente.




Rua Gonçalo de Carvalho é ecolink natural urbano segundo relatório da ONU

Alô prefeitura de Porto Alegre!

A rua Gonçalo de Carvalho foi destacada no 1º relatório global sobre urbanização e biodiversidade (da ONU) como "um exemplo impressionante de ecolink natural urbano", por sua ÁRVORES e pela luta por sua PRESERVAÇÃO.

Por favor, PAREM DE CORTAR ÁRVORES na cidade!!!

Fonte: https://www.facebook.com/goncalo.decarvalho.3




Limpa Caxias

Conheça a iniciativa Limpa Caxias que visa abordar questões referentes a poluição visual e o resgate e conservação do patrimônio histórico na cidade de Caxias do Sul!

https://www.facebook.com/LimpaCaxias

Campanha de novos associados da Defender

De 05 de outubro (25 anos da Constituição Brasileira) até o dia 05 de novembro (Dia Nacional da Cultura), a Defender promove uma campanha para novos associados*.

Todos os novos associados receberão três publicações:

- Alguns Aspectos da Arquitetura Portuguesa com reflexos na Cultura Brasileira, de J.N.B. de Curtis, IPHAN e IPHAE



- Patrimônio Ferroviário no Rio Grande do Sul – Inventário das Estações 1874 – 1959 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS (IPHAE)



- Paisagens do Sul – Pareceres de Carlos Fernando de Moura Delphim sobre Bens Patrimoniais do Rio Grande do Sul do IPHAN e IPHAE



Baixar Proposta de Associado 

Basta preencher a proposta de associado e encaminhar para o e-mail defender@defender.org.br

Saiba mais sobre a Defender em: http://defender.org.br/quem-somos/ 

*Informações completas na Proposta de Associado.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mesmo sendo avisados de última hora, nossa rede bateu de relho, mostrou a força da rede social, da cidadania. No programa Conversas Cruzadas da TV Com de hoje, votaram 563 pessoas e destes, 51% querem a preservação do conjunto de casas da Luciana de Abreu. Os demais votaram pela construção de edifício e por uma opção mista.

Assim vamos vencendo, degrau a degrau, mesmo tendo do outro lado um considerável poder econômico e político, siameses, contra uma comunidade.

Segue abaixo um texto que mostra o olhar de um estudante de arquitetura sobre o Moinhos de Vento. Será mera coincidência, Frieder ter reconhecido os mesmos valores que a comunidade? NÃO, com certeza, NÃO. As antigas casas do Moinhos de Vento é que formam a identidade do bairro Moinhos de Vento.

Para redescobrir a arquitetura da região

O cotidiano, muitas vezes, é um entrave para observarmos com atenção o ambiente a nossa volta. Já quando estamos viajando, temos uma avidez por observar tudo, dos costumes às construções – há mais tempo para olhar o entorno. O estudante de arquitetura alemão Frieder Vanbaams, que veio para o Brasil para estudar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, explorou Porto Alegre em algumas caminhadas. O resultado do passeio pelos bairros Rio Branco, Independência e Moinhos você confere nestas duas páginas.

“Durante um final de semana em Porto Alegre, saí para fazer uma caminhada pela cidade. Passei pelos bairros Rio Branco e Independência, mas o objetivo principal, após um almoço no bairro Santana, foi conhecer a arquitetura do Moinhos de Vento e tomar um café por lá. O dia estava agradável, e não tão quente. Lembrei-me da minha terra natal, a Alemanha. Viajei ao Brasil para estudar arquitetura no Rio de Janeiro, e fiquei feliz em encontrar essa outra cara do Brasil em Porto Alegre e, sobretudo, nesse passeio exploratório.

O que encontrei no Sul, ainda mais no bairro Moinhos de Vento, foi a tranquilidade, uma beleza mais silenciosa. Observei que as casas são diferentes entre si, parece que não foi seguida uma regra rígida ao serem construídas, ao contrário do que vemos em muitas cidades europeias: elas têm origens e foram feitas em períodos distintos, mas convivem na paz, harmonicamente. Essa parte da cidade tem uma cara bem única. Tem casas do modernismo, algumas em estilo internacional, outras com um toque mais brasileiro. Construções em concreto, formas lindas, cores diferentes. E ao lado, pode ter uma casa bem menor, mais velha, neocolonialista, uma casinha de madeira, um pouco perdida, mas que se encaixa bem no contexto da rua. Todos elementos estão bem entrosados.

Um bairro não precisa ter imóveis todos da mesma altura, cores e estilos parecidos para ser lindo. E mais: a atmosfera de um acordo silencioso entre essas casas variadas deixa feliz o pedestre que passeia pelo bairro. Foi isso que eu senti ao percorrer as vias Ramiro Barcelos, Gonçalo de Carvalho, Pinheiro Machado, Jardim Cristofel, 24 de Outubro, Padre Chagas, Luciana de Abreu e os jardins do Dmae. É um museu do dia a dia, do cotidiano, múltiplo, interessante, às vezes, engraçado, às vezes um pouco estranho. Deixei a cidade feliz em ter descoberta esse outro lado do Brasil.”

O AUTOR
- Nome completo: Frieder Vanbaams
- Profissão: estudante
- Cidade natal: Tübingen (Alemanha) Fonte: Zero Hora - 03 de outubro de 2013 | N° 17572

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A Paisagem Cultural de um bairro, do nosso Moinhos de Vento


Fruto das proposições estabelecidas na Convenção Europeia da Paisagem, o tema das paisagens culturais coloca-se na atualidade como uma forma inovadora de conceber a proteção e a gestão do patrimônio cultural.

Em primeiro lugar porque permite superar a dicotomia até hoje presente na atuação dos órgãos públicos de preservação, no que diz respeito ao tratamento entre o patrimônio material e imaterial, entre o natural e o cultural, entendendo-os como um conjunto no qual os seus diferentes significados se articulam num todo vivo e dinâmico.

Por outro lado, a forma como têm sido desenvolvidas as primeiras experiências na esfera pública patrimonial em território nacional mostra outra faceta igualmente interessante na atuação em paisagem cultural: a compreensão de que a proteção e a gestão deste patrimônio devem ser feitas com a participação das populações moradoras, por meio do envolvimento e da valorização dos saberes locais.

Quem destrói arquitetura de valor patrimonial é um inimigo de sua cidade e de seu país e prejudica a comunidade, pois as obras de arte públicas não foram criadas para esse ou aquele indivíduo, e aquilo que elas encarnam enquanto obras de arte ... recordações ou qualquer outro sentimento, é um patrimônio ... Ter consciência disso deve ser uma obrigação de toda a pessoa culta - Max Dvorák e Paulo Bicca.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tombamento: que bicho é esse?

Post sobre tombamento no blog Chega de Demolir Porto Alegre.


Tombamento: que bicho é esse?

          Existe uma polêmica bem atual acerca de um patrimônio cultural e afetivo de Porto Alegre.  Todos já ouviram algo sobre o assunto, seja da parte de quem quer preservar, seja da parte de quem acredita que o desenvolvimento passa, necessariamente, por megaconstruções. Muitos, provavelmente, sequer se sentem atingidos por essa discussão, achando que tem coisa mais importante para se preocupar. No que estão errados, pois, mesmo que morem em outro extremo, a cidade é um organismo vivo, no qual seus bairros, tal como sistemas orgânicos, se inter-relacionam. As casas da Rua Luciana de Abreu trouxeram maior visibilidade ao assunto, que não é novo, mas que precisa urgentemente de um sopro de modernidade.

          Isso porque a questão da preservação dos bens culturais, hoje, atende uma outra dinâmica.  Conceitos como bens culturais imateriais e valor afetivo foram introduzidos nas políticas culturais do país. A perspectiva de conservação de nossa memória ampliou-se, deixando para trás os ideais nacionalistas típicos dos países em construção.  Tempos em que apenas edificações excepcionais, de incontestável valor arquitetônico e histórico, tinham o direito de ser protegidos.

          Os anos passaram, os conceitos mudaram, as cidades cresceram, a cidadania começa a se estabelecer. Atualmente, as pessoas não mais aceitam ser alijadas dos processos de decisão sobre as coisas que lhes dizem respeito.  A participação é obrigatória, antes mesmo de ser um direito. Contudo, um instrumento fundamental de proteção permanece o mesmo, desde – pasmem – 1937. É o ato administrativo denominado Tombamento, nome, aliás, que causa muita confusão. O termo refere-se ao registro do bem que se quer proteger em um dos quatro livros do Tombo existentes. Sua origem é do Direito Português, sendo que o verbo tombar significa registrar, inventariar ou inscrever bens nos arquivos dos nossos colonizadores. O livro onde eram inscritos os bens permanecia guardado na Torre do Tombo, Castelo de São Jorge, Lisboa.

          Para muitos proprietários de imóveis, falar em tombamento significa dizer que seu bem está irremediavelmente perdido. Se é verdade que nele vão incidir restrições, há de se dizer, no entanto, que muito se pode fazer. O bem pode ser alugado, vendido, restaurado e, mais do que tudo, utilizado. Há procedimentos a serem observados, se o proprietário quiser restaurar ou modificar seu uso. Além disso, existem alguns incentivos fiscais para restauração, conservação e manutenção do bem, como redução no Imposto de Renda ou no IPTU. Mas acredito que isso ainda é muito pouco como incentivo por parte do poder público. E uma nova política nesse sentido deve ser debatida com a sociedade e, sem demora, implementada. Com isso é possível que discussões como essa que as Casas da Luciana trouxe sejam minimizadas, aliando a preservação do bem ao proveito econômico justo, transformando a cidade num espaço de convívio mais democrático e sem perder elementos que lhe atribuem identidade.