domingo, 2 de dezembro de 2007

Confraternização do Moinhos Vive


No último dia 30 de novembro aconteceu o terceiro almoço de confraternização de final de ano do Moinhos Vive. Estavam presentes na Sociedade Suiça, além de associados, representantes de outras associações e movimentos, e o conselheiro da Região de Planejamento 1 de Porto Alegre.
Este tipo de evento objetiva não somente uma confraternização entre os associados e amigos da Associação Moinhos de Vento, como também estreitar o relacionamento entre as diversas associações e movimentos que integram o Movimento Porto Alegre Vive.



sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A indústria da construção e o Meio Ambiente

Quando se fala em proteção ao meio ambiente, pode-se dizer que a construção civil é a mais poluidora das atividades humanas.

Estudos indicam que menos de 20% da população mundial é responsável por mais de 75% da contaminação existente no ambiente natural.

No mundo da construção, grande parte dos responsáveis por este segmento parecem não atentarem de como essa atividade afeta o meio ambiente. Mas alguns arquitetos já começam a defender uma construção sustentável. Pois a indústria da construção utiliza enormes quantidades de recursos naturais (energia, água, materiais e do solo), e produz grandes quantidades de resíduos, muitos deles altamente tóxicos, que via de regra não são reciclados e normalmente não são controlados. São as famosas “sobras de obra”, depositados em aterros.

Segundo dados dos Worldwatch Institute de Washington, cerca da metade das emissões de dióxido de carbono que existem na atmosfera são produzidas diretamente pela construção civil e pela utilização dos prédios. Estima-se que cada metro quadrado de residência é responsável por uma emissão de cerca de 1,9 toneladas de dióxido de carbono durante sua vida útil.

A atual indústria da construção civil é uma grande consumidora de recursos naturais. Os prédios usam cerca de 60% de todos os materiais extraídos do planeta. Além disso, muitos dos materiais usados na construção civil (cerâmica, aço, alumínio, etc.) requerem para sua produção de altos consumos de energia e recursos naturais.

Estima-se que na Inglaterra os resíduos da construção passam de 70 milhões de toneladas anuais. A reciclagem dos resíduos já é prática comum em vários países europeus, mas e no Brasil? E na China, um dos países onde mais se constrói atualmente?

O estudo global dos impactos ambientais que pode provocar uma edificação, requerem uma metodologia rigorosa de análise dos materiais usados, do processo construtivo, do consumo de energia, dos custos da demolição, do destino dos resíduos, etc.

Na Europa já existem experiências em certificação para Edifícios de Alta Qualidade Ambiental. Um dos mais desenvolvidos é o britânico BREEAM, do Building Research Establishment, que avalia a poluição atmosférica, o uso racional dos recursos naturais e as condições internas dos prédios.

Existe uma grande diferença entre os impactos ambientais de um edifício de baixo desempenho, em comparação com o que é possível conseguir com as melhores práticas atuais. Se quisermos cumprir hoje os requisitos de desenvolvimento de uma forma sustentável, temos de assegurar que os novos edifícios possuam as melhores qualidades ambientais.

Esperemos que o Brasil também siga o caminho da Certificação Ambiental.

Ilustração: Jornal Clarin
Postado originalmente no Blog Amigos da Gonçalo de Carvalho, dia 15 de outubro de 2007, dia do Blog Action Day sobre o Meio Ambiente.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

domingo, 23 de setembro de 2007

sábado, 22 de setembro de 2007

Convite para o ato de tombamento da rua Marquês do Pombal


A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Moinhos de Vento convida os cidadãos de nossa cidade a participarem do ato de assinatura do decreto municipal que tornará a rua Marquês do Pombal Patrimônio Histórico Ecológico de Porto Alegre.

A vitória da Comunidade do Moinhos

(Clique nas imagens para visualizar em tamanho maior)

Rua Marquês do Pombal
Rua situada na divisa entre os bairros Moinhos de Vento e Floresta, com início na confluência da rua Câncio Gomes com a Travessa Carmem e término na rua Lusitana.

Histórico
Seu trecho mais antigo, transversal às ruas Félix da Cunha, Dr. Timóteo e Quintino Bocaiúva, procede do loteamento do Arraial de São Manoel, desenvolvido em torno de 1878.
No Jornal A Reforma, de 16/1/1878, pode-se ler anúncio da venda de terrenos nas ruas dos Moinhos de Vento (atual Rua 24 de Outubro), do Ilhéu (Benjamim Constant), da Floresta (Cristóvão Colombo), Dr. Félix da Cunha, Dr. Timóteo e outras, inclusive a 3 de novembro, que foi a primeira designação da rua Marquês do Pombal.
Na planta municipal de 1888, aparece graficada, mas sem denominação e finalmente em 1896 foi alterado o nome de 3 de Novembro para Marquês do Pombal, através do Ato Municipal n° 6, de 9/4/1896.
Esta rua foi consideravelmente prolongada durante a administração do Intendente José Montaury.
Pelo Decreto n° 306, de 9/9/1943, o Prefeito Loureiro da Silva, determinou o seu prolongamento até a rua Câncio Gomes, como parte do programa de urbanização do Morro Ricaldone e da ligação dos bairros Floresta - Moinhos de Vento. Conduto Álvaro Chaves – Goethe Para efetivar a implantação da obra na rua Marquês do Pombal, trecho entre as ruas Coronel Bordini e Dr. Tímóteo foram interditados parcialmente os acessos, desenvolvendo-se escavações de um dos lados de calçada, para posterior deslocamento das redes existentes no leito da rua, a fim de dar espaço à execução das galerias previstas neste trecho. Ao mesmo tempo, foram iniciados os cortes das copas de duas árvores da espécie Tipuanas tipa de grande porte, parte de um conjunto de 47 unidades desta espécie arbórea, que formam parte do túnel verde ao longo da rua Marquês do Pombal. Era previsão deste projeto, executar um sistema de poda radical de todas as árvores, na tentativa de preservá-las.

Seriam executados procedimentos agressivos ao conjunto arbóreo, em 260m do Túnel Verde da rua Marquês do Pombal, que consistiam das seguintes etapas:
•Abertura de ambas calçadas para a relocação das redes de esgoto cloacal, esgoto pluvial e água, implicando em escavações profundas, sobrando duas faixas laterais ao longo de toda a rua, com não mais de 3m de terreno natural;
•Execução de escavações para a construção de uma galeria de concreto armado, a ser moldada no local, que deveria passar pelo eixo da rua, com seção interna de 3,5 x 3,6m (somando-se 0,50m das espessuras das paredes e, ainda, em torno de 2,60m para os vãos laterais, necessários para os operários montarem as formas e as armaduras).

A abertura total da rua para a implantação do Conduto seria de aproximadamente 6,70m de largura. De meio fio a meio fio a rua mede 8,00m. Além disto, a galeria teria desníveis ao longo do percurso, implicando em seções de corte da rua, com profundidades que variariam de 4,5 a 6,5m. Junto à rua a abertura da vala ocorreria a 0,65m de distância dos caules, e, junto às calçadas, ocorreriam cortes com distâncias de 0,50 à 3,00m dos mesmos. Para viabilizar a execução das obras, seriam executados cortes do sistema radicular das árvores, comprometendo-os em torno de 80%. A fim de evitar o tombamento das árvores, também seriam cortadas todas as copas com envergaduras de até 13 metros, o que extirparia de 90 a 100% das mesmas.

Mobilização Popular pela Preservação do Túnel Verde da rua Marquês do Pombal
Início da luta pela preservação
No dia 10 de abril de 2006, as empresas contratadas por licitação pública realizada pelo DEP (Departamento de Esgotos Pluviais) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, iniciavam as obras do projeto denominado de Conduto Álvaro Chaves – Goethe na rua Marquês do Pombal, trecho entre as rua Coronel Bordini e Dr. Tímóteo. Para efetivar a implantação da obra nessa rua, foram interditados parcialmente os acessos, iniciando-se escavações de um dos lados de calçada para posterior deslocamento das redes existentes no leito da rua, a fim de dar espaço à execução das galerias previstas neste trecho. Simultaneamente, foram iniciados os cortes das copas de duas árvores da espécie Tipuanas tipa de grande porte, parte de um conjunto de 47 unidades desta espécie arbórea, que formam um magnífico túnel verde ao longo da rua Marquês do Pombal, uma das mais belas e nobres desta capital. Era previsão do projeto, executar um sistema de poda radical de todas as árvores, na tentativa de preservá-las.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Histórico do Bairro



Na segunda metade do século XVIII,os imigrantes açorianos que chegaram a Porto Alegre iniciaram no local onde hoje é o bairro, uma plantação de trigo, a qual garantiu, até o século XIX, a maior produção brasileira desse cereal. O nome do bairro é decorrente dos moinhos de vento existentes no local desde 1760, nas proximidades do Morro Ricaldone.
De importância histórica, pois, durante a Revolução Farroupilha (1835 a 1845), os moinhos ficaram fora do entrincheiramento da Capital pelos partidários de Bento Gonçalves, servindo, em contrapartida, para que os sitiantes rebeldes atingissem os contra-revolucionários, além de servirem de apoio à artilharia do general Neto. Mais tarde, por exigência militar, os moinhos, que estavam situados um no Beco do Barbosa - hoje à altura da Rua Barros Cassal com a Avenida Independência - e dois outros também nessa avenida, um pouco mais adiante de onde foi erigida a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, foram adquiridos e demolidos pelo Estado em defesa da cidade.
Com o término da Revolução Farroupilha, ocorreram modificações de toda ordem. A região, abandonada devido ao declínio da cultura e moagem do trigo, volta a ser ocupada com uma nova fase de expansão do espaço urbano e a posterior criação de novas áreas de povoamento, originando, assim, os primeiros arraiais, ou seja, os futuros bairros da capital. Todo esse progresso fez com que surgisse a necessidade de aproximar as nucleações populacionais do centro da cidade. Um dos locais distantes era o arraial São Manoel - que originou o bairro Moinhos de Vento -, o qual ligava a estrada dos Moinhos de Vento à da Floresta, tendo por eixos principais as ruas Felix da Cunha e Dr. Timóteo. O loteamento São Manoel custou a ser regularizado, pois, somente no ano de 1889, em um requerimento do intendente da Capital,foi mencionada a expressão “florescente arraial.” Já na planta de 1891, esse arraial está presente na via urbanizadora de Porto Alegre.
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Leia o texto completo, em formato .doc, clicando no atalho ao lado.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

o café

o César é movido totalmente por café e cigarro. Creio que ele é e.t.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Protestos marcam audiência pública de revisão do Plano Diretor

De 454 sugestões, 107 foram votadas, e as demais serão avaliadas no próximo sábado

O dia foi de confusão e protestos na audiência pública de revisão do plano diretor de Porto Alegre, que aconteceu no salão de atos da UFRGS. A reunião começou com mais de duas horas de atraso e muita gente ficou de fora. De 454 sugestões, 107 foram votadas. As demais serão avaliadas no próximo sábado.
Empresários do setor da construção civil eram contrários à redução da altura de prédios. Moradores e ambientalistas temiam e degradação da cidade. A dispensa de estudos de impacto para a construção de prédios com altura maior do que o permitido recebeu o sim da maioria.
Associações de bairros, unidos pelo Movimento Porto Alegre Vive, encaminharam moção de repúdio à prefeitura e ao Ministério Publico Estadual. O grupo é contra a forma de discussão das propostas.
Ambientalistas reclamaram que a audiência foi comprada, já que muitos admitiram que não sabiam o porquê estavam no local, aumentando a suspeita de que poderiam ter sido recrutados.
O Secretário Municipal do Planejamento, José Fortunati, discorda das reclamações e afirma que as sugestões foram bem apresentadas. Segundo ele, é normal a organização de associações e sindicatos levarem "moradores que sequer sabem o que é o Plano Diretor". Ele chegou a comparar a situação à rotina da Câmara dos Deputados.
Após a votação de todas as sugestões, um ante-projeto com as propostas será encaminhado ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental. Depois, o prefeito José Fogaça elabora um projeto de lei e repassa à Câmara de Vereadores para votação até o final de julho.

Matéria do Clic RBS/RÁDIO GAÚCHA

Veja o vídeo da RBS TV:
http://www.clicrbs.com.br/clicnoticias/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&tab=00002&newsID=a1514505.htm&subTab=10

Leia mais aqui e veja os vídeos no YouTube:
EcoAgência

(Fotos tiradas com celular e enviadas por e-mail)

domingo, 20 de maio de 2007

Participe!



sábado, 5 de maio de 2007

Proposta do Bairro Moinhos de Vento ao PDDUA

PROPOSTA PARA A REVISÃO DO PLANO DIRETOR

O Bairro Moinhos de Vento deve seu nome aos moinhos de trigo que existiam no século XVIII nessa região da futura capital do Estado do Rio Grande do Sul. Foi precisamente neste sítio que, após sucessivas passagens históricas, no interregno das décadas de 20 a 50, foi construída a maioria das casas hoje remanescentes, produtos, sobretudo, de ascendentes de famílias alemãs, fato que influenciou sobremaneira a linguagem arquitetônica de muitas das residências da época.

Na década de 50, teve início a primeira série de demolições de casas com características histórico-culturais, para dar lugar a edificações de habitação coletiva e que, nesta transição, não ultrapassaram quatro pavimentos. Já nas décadas de 60 e 70, o processo de demolição recrudesceu e a altura de edificações maiores ficou nos 8 pavimentos e, excepcionalmente, nos 12 pavimentos.

Já na década de 80, o processo de construções com a respectiva demolição de casas antigas, acelerou com a progressiva valorização dos terrenos do bairro, dado a sua qualidade de vida.

A partir de 1993, um grupo de comerciantes e prestadores de serviços iniciou espontaneamente um processo de revitalização do bairro, que se refletiu na animação e lazer, ficando concentrado, principalmente, ao longo da rua Padre Chagas e transversais, bem como nas proximidades da Praça Maurício Cardoso. A instalação de restaurantes, bares e comércio em geral passou a movimentar o uso das calçadas como extensão dos espaços internos dos estabelecimentos.
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Leia todo o documento clicando no link à direita da página.


domingo, 22 de abril de 2007

Coleta Seletiva

A coleta seletiva no Bairro Moinhos de Vento foi intensificada para dois dias por semana: segundas e sextas-feiras, às 7h30min.
Cadastre o seu condomínio para que o lixeiro entre em contato com o zelador, recolhendo o lixo dentro do prédio e evitando que este vá para a calçada.

Mande o seu nome e endereço para o e-mail: reciclamoinhos@gmail.com

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Recicla Moinhos


OBJETIVOS: O que queremos

Contribuir para:
1. conscientização para a coleta seletiva no Bairro Moinhos de Vento (aspectos ambientais e sociais)
2. redução do impacto ambiental negativo decorrente da não separação do lixo
3. redução do impacto ambiental negativo decorrente da cata de lixo informal (destinação inadequada de resíduos)
4. destinação adequada de resíduos: orgânico (aterro sanitário, compostagem, suinocultura) e seco (Unidades de Triagem de lixo)
5. inclusão sócio-cultural através da geração de renda, trabalho e educação em Unidades de Triagem
6. organização e formalização da coleta de lixo no Bairro Moinhos de Vento
7. redução no trânsito de carrinhos e carroças nas ruas
8. limpeza das ruas e calçadas
9. aumento da segurança nas ruas do Bairro
10. redução da exploração de animais envolvidos na coleta de lixo informal (principalmente cavalos)

METODOLOGIA: Como faremos

1. criação de uma logomarca;
2. criação de um projeto escrito;
3. criação de espaços para divulgação das ações do projeto;
4. lançamento do projeto à comunidade, possíveis parceiros, apoiadores da iniciativa;
5. distribuição de materiais didáticos com relação à separação e coleta seletiva do lixo;
6. realização de eventos e palestras sobre a questão do lixo, seu impacto ambiental e social;
7. estabelecimento de parceria junto ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), visando a intensificação da coleta seletiva no Bairro, gradualmente, de uma à três vezes por semana e o encaminhamento correto dos resíduos;
8. encaminhamento do lixo seco gerado às Unidades de Triagem, aumentando significativamente a geração de renda, capacidade de absorção de novos trabalhadores; conseqüente contribuição para educação e cultura das crianças e jovens das famílias que ali trabalham.
9. possibilidade de encaminhamento dos trabalhadores da cata de lixo informal às Unidades de Triagem;
10. com a decorrente diminuição do trânsito de carroças;
11. com a decorrente diminuição do lixo nas ruas.

PARCERIAS / EQUIPE:
Quem fará

1.Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Moinhos de Vento – Moinhos Vive
2.Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU)
3.Universidade de Yôga - Centro de Cultura e Bem-estar Fabiano Gomes
4.Caixa Econômica Federal
5.ONG Moradia e Cidadania
6.Ritz Design

RISCOS: Dificuldades e alternativas

Baixa adesão por parte dos moradores e estabelecimentos comerciais do Bairro (médio risco)

COMUNICAÇÃO
-Cartilha
-Informativo bimestral
-Meios de comunicação (jornais e revistas que tenham
circulação expressiva no Bairro)
-Site do projeto
- Envio de mala direta

AVALIAÇÃO: Monitoramento e avaliação do projeto

- Pesquisa junto aos moradores e estabelecimentos comerciais do bairro, quanto à efetividade da intensificação da coleta seletiva, quanto ao trânsito de carrinhos e carroças no bairro, quanto à limpeza das calçadas.
- Verificação junto ao DMLU quanto ao número de trabalhadores envolvidos na cata de lixo informal e quanto ao aumento de resíduos recebidos por cada Unidade de Triagem.
- Resultado de pesquisa comparativa junto às Unidades de Triagem Aparecida das Águas, Profetas da Ecologia e, em um segundo momento, AREVIPA, com relação ao aumento na geração de renda, bem como benefícios decorrentes.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Relembrando a polêmica das casas da Luciana de Abreu

(Foto: Tânia Meinerz/Arquivo JÁ Editores)
Matéria publicada no jornal :
STJ proíbe demolição das casas da Luciana de Abreu [05 / 01]
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por quatro votos a um, o recurso impetrado pela construtora Goldsztein contra a liminar que proíbe a demolição das seis casas da rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento. Desde 2003, Ministério Público (MP) e associações de moradores lutam para manter os casarões da década de 30, que não estão gravados no Plano Diretor como patrimônio cultural da cidade e podem ser derrubados para a construção de um edifício de 16 andares.
Com a decisão judicial, o casario só poderá ser demolido após a conclusão da Ação Civil Pública do MP, que verifica o valor histórico, cultural e paisagístico do local. Quando começou a polêmica em torno da destruição das casas, a empresa já havia ganhado licença da Prefeitura para construir o prédio.
Técnicos da Universidade Federal de Santa Maria estão finalizando o laudo que vai determinar se as casas são patrimônio da cidade. Segundo a assessoria técnica do MP, o estudo deve sair em 60 dias.
Para o presidente da Associação de Moradores do Bairro Moinhos de Vento – Moinhos Vive, Raul Agostini, a posição do STF é extremamente importante, pois reconhece que existe a necessidade realmente de salvaguardar e preservar determinadas porções do território, nos bairros. “Está havendo uma saturação e desfiguração de toda cidade, em detrimento da população e favorecendo grupos econômicos. Impermeabiliza o solo e faz uma obra monumental de dezenas de milhões de reais para tentar minimizar essa ação”, diz.
De acordo com o Ministério Público, o prédio número 272 é um palacete característico do Moinhos de Vento, projetado em 1929 pelo arquiteto austríaco Egon Weindörfer, um dos introdutores da arquitetura moderna em Porto Alegre. Os outros cinco casarões geminados, entre os números 242 e 266, são do arquiteto alemão Franz Filsinger, que trabalhou com Theodor Wiedersphan, um dos mais importantes arquitetos da história do Estado.
São residências de 1930, construídas para mestres cervejeiros que vieram da Alemanha trabalhar na Cervejaria Becker – que depois se fundiu com outras cervejarias, dando origem à Continental e mais adiante à Cervejaria Brahma.
Imóveis estão fora das áreas culturais
A ausência das casas da rua Luciana de Abreu dentro das áreas especiais de interesse cultural é uma polêmica desde a época em a gestão petista de João Verle apresentou o trabalho, em abril de 2003.
O estudo foi feito por arquitetos da EPAHC em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ritter dos Reis. Uma das 80 áreas identificadas, a que abrange a Praça Maurício Cardoso e o entorno, tem os imóveis na divisa.
O arquiteto Júlio Celso Vargas, que participou do trabalho original, reconhece que a área do casario em questão foi incluído originalmente, mas houve preferência para outros locais, que preenchiam mais requisitos. “Esta discussão não se esgota na lei a ser proposta pela Prefeitura. As pessoas podem e devem procurar outras instâncias”, incentivava ele à época.
Disputa já dura mais de três anos
A discussão sobre a preservação das casas da rua Luciana de Abreu já dura mais de três anos. A mobilização de moradores teve início em agosto de 2002, quando começou a circular a notícia de que os imóveis seriam demolidos para dar lugar a um prédio de 16 andares da Goldsztein.
A Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente foi acionada em outubro por associações comunitárias, que já tinham 2 mil assinaturas e um dossiê com casos de demolições recentes. O material deu origem a um inquérito civil, aberto em 15 de outubro de 2002 pelo promotor Fábio Medina Osório, a pedido dos moradores.
Duas semanas depois, o Ministério Público conseguiu suspender a derrubada dos antigos casarões do Moinhos de Vento. Fez um acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) para sustar por 120 dias as licenças de demolição no bairro. Nesse meio tempo, um laudo técnico apontaria se o casario era ou não patrimônio cultural.
Enquanto isso, o recém criado Moinhos Vive se fortalecia. Em dezembro já eram seis mil assinaturas. As reuniões semanais, no clube Leopoldina Juvenil, reuniam um conselho de 50 pessoas, entre arquitetos, advogados, historiadores, professores universitários, donas de casas e lojistas. O grupo fez caminhadas, recolheu assinaturas e promoveu um “abraço” nas casas.
Sofreu um abalo quando as quatro locatárias que iniciaram o movimento se afastaram depois de um acordo com a construtora. Além da desocupação dos imóveis em janeiro de 2003, o acerto previa o recolhimento de faixas e camisetas que já estavam prontas para levar o movimento às ruas. “Foi um abalo, mas foi bom porque percebemos o tipo de interesse em jogo”, disse uma das líderes na época.
O Moinhos Vive resistiu e liderou outros bairros na revisão do Plano Diretor no ano seguinte. Deu origem à Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Moinhos de Vento, criada em setembro de 2003. As ações continuaram – em julho de 2004, cem pessoas fizeram uma caminhada em defesa das áreas especiais de interesse cultural.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente também seguiu firme. Em 6 de fevereiro de 2003, entrou com uma Ação Civil Pública contra a Goldsztein e o Município de Porto Alegre. O texto de 150 páginas, assinado pelos promotores Fábio Medina Osório e Ana Maria Marchesan, sustenta que os imóveis “possuem valor estético, histórico e cultural”. Aponta também a vontade da comunidade – abaixo-assinado com 6 mil assinaturas – para manter o casario.
Cita ainda a Constituição, indicando que a comunidade deve participar da preservação do patrimônio cultural em conjunto com o poder público e que a atuação da população tem legitimidade para identificar o que tem valor cultural, estético e afetivo, o que pode ser “superior a dezenas de laudos técnicos plenos de erudição, mas vazios de sensibilidade”.
O MP pediu liminar para impedir a demolição dos imóveis, solicitou a suspensão do projeto de construção e a preservação e recuperação das casas, estabelecendo multa de R$ 20 mil ao dia para um eventual descumprimento da determinação. Queria, ainda, que o Município protegesse os imóveis através de inventário ou tombamento, e sugeria uma multa de R$ 5 milhões, caso se fizessem alterações irreversíveis nos imóveis.
...
Matéria completa aqui:
Os outros cinco casarões geminados, entre os números 242 e 266, são de coautoria entre os arquitetos germânicos Theodor Wiedersphan e Franz Filsinger.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Origem do Movimento Moinhos Vive

Com a aprovação do novo plano diretor de Porto Alegre, em 1999, seus reflexos foram sentidos pesadamente no bairro Moinhos de Vento. Em apenas 1 ano e meio foram aprovados 37 projetos de edifícios somente no Moinhos.

Essa especulação imobiliária fez com que os moradores e freqüentadores do bairro adquirissem consciência de que algo havia mudado. O Moinhos de Vento vinha perdendo sua identidade, seus casarões vinham desaparecendo e, em lugar deles, surgiam espigões, sem falar da densificação, dos impactos sobre a infra-estruturada existente como a viária , drenagem urbana,entre outras, modificando o perfil do bairro e suas características, aumentando desnecessariamente sua densidade populacional.

Essa insatisfação propiciou o surgimento do movimento popular Moinhos Vive, em 2002, defendendo a preservação ambiental, arquitetônica, histórica e cultural do bairro. Foi um movimento pioneiro, pois além de lutar pela preservação defendia intransigentemente a qualidade de vida de seus moradores.

Em setembro de 2003 foi fundada a Associação do Bairro Moinhos de Vento, dando prosseguimento a mesma linha de trabalho do Movimento Moinhos Vive.

terça-feira, 27 de março de 2007

Histórico do Bairro

Na segunda metade do século XIX surgiu a maioria das principais ruas do bairro, período em que Porto Alegre iniciou seu processo de urbanização e de embelezamento, inserindo o bairro Moinho de Vento no contexto urbanizador e modernizador da cidade, promovido pela Intendência municipal. Em seguida, a Companhia Carris comunica o assentamento dos trilhos da linha Moinhos de Vento e o início da construção da Estação-Geral, indicando que uma dasprimeiras linhas de bondes da cidade foi no bairro, começando a construção da Estrada-Geral, na mesma rua, esquina da Dr Timóteo, o que reafirma o status de um dos bairros mais elitizados de Porto Alegre.

Com o desenvolvimento do capital comercial e industrial, a cidade foi formando uma elite de ascendência européia, a qual passou a ocupar zonas consideradas nobres de Porto Alegre, onde abeleza da natureza era fundamental. O fator preponderante, que motivou a ocupação do bairro Moinhosfoi, sem dúvida, sua topografia, pois a altitude era definidacomo um atributo natural ligado ao conceito de qualidade, significando a impossibilidade de ocorrerem enchentes, além de proporcionar melhores condições de vida eum ótimo panorama. A partir de 1878, o bairro passou a ser habitado, basicamente, por famíliasmais abastadas, consideradas nobres, por causa de seu alto poder econômico, compostas por descendentes de alemães e suíços. O arraial São Manoel tinha residênciasimponentes, clubes e casas comerciais, a maioria em estilo art nouveau. Emprerios de diversos setores viam nesse estilo a própria expressão de seu tempo,servindo-se de novas técnicas e materiais e definindo uma arte nova para tempos novos. A sociedade se modificou e a arquitetura tornou-se majestosa, pregando uma idéiade maior conforto. Contudo, apesar das melhorias promovidas na administração de José Montaury, este inexitoso ao tentar promover uma reordenação global da cidade, que guardava ainda traços do período colonial. Muitasdas iniciativas foram feitas no sentido de melhorar o equipamento já existente, especialmente o arquitetônico, e não o urbanístico, no que a iniciativa privada contribuíra bastante. Quem patrocinou a modernização da arquiteturada cidadesem dúvida foram os novos moradores, principalmente, a partir da primeira metadedo século XX, quando novos hábitosem suas residências, sobretudonas fachadas, davam sinais de novos tempos .Os projetos arquitetônicos desse período passam a valorizar as áreas sociais,definindo mais precisamente cada setor da casa conforme seu uso.

terça-feira, 13 de março de 2007

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

O bairro Moinhos de Vento

O bairro Moinhos de Vento é um dos mais belos e antigos de nossa cidade,com uma área de 96 hectares, um relevo formado, básicamente, por rochas elevadas, limitando-se com os bairros Independência, Floresta, Auxiliadora, Mont’Serrat e Rio Branco.
Algumas das ruas mais conhecidas de Porto Alegre, como Coronel Bordini, Félix da Cunha, Fernando Gomes, Hilário Ribeiro, Luciana de Abreu, Marquês do Pombal, Mostardeiro, Olavo Barreto Viana, Padre Chagas, Quintino Bocaiúva, Doutor Timóteo, Goethe e Vinte e Quatro de Outubro, situam-se no Moinhos de Vento.
As rua Marquês do Pombal, General Neto, Coronel Bordini, Dona Laura e Doutor Vale marcam seus limites.