
Este tipo de evento objetiva não somente uma confraternização entre os associados e amigos da Associação Moinhos de Vento, como também estreitar o relacionamento entre as diversas associações e movimentos que integram o Movimento Porto Alegre Vive.

Essa especulação imobiliária fez com que os moradores e freqüentadores do bairro adquirissem consciência de que algo havia mudado. O Moinhos de Vento vinha perdendo sua identidade, seus casarões vinham desaparecendo e, em lugar deles, surgiam espigões, sem falar da densificação, dos impactos sobre a infra-estruturada existente como a viária , drenagem urbana,entre outras, modificando o perfil do bairro e suas características, aumentando desnecessariamente sua densidade populacional.
Essa insatisfação propiciou o surgimento do movimento popular Moinhos Vive, em 2002, defendendo a preservação ambiental, arquitetônica, histórica e cultural do bairro. Foi um movimento pioneiro, pois além de lutar pela preservação defendia intransigentemente a qualidade de vida de seus moradores.
Em setembro de 2003 foi fundada a Associação do Bairro Moinhos de Vento, dando prosseguimento a mesma linha de trabalho do Movimento Moinhos Vive.
Na segunda metade do século XIX surgiu a maioria das principais ruas do bairro, período em que Porto Alegre iniciou seu processo de urbanização e de embelezamento, inserindo o bairro Moinho de Vento no contexto urbanizador e modernizador da cidade, promovido pela Intendência municipal. Em seguida, a Companhia Carris comunica o assentamento dos trilhos da linha Moinhos de Vento e o início da construção da Estação-Geral, indicando que uma dasprimeiras linhas de bondes da cidade foi no bairro, começando a construção da Estrada-Geral, na mesma rua, esquina da Dr Timóteo, o que reafirma o status de um dos bairros mais elitizados de Porto Alegre.
Com o desenvolvimento do capital comercial e industrial, a cidade foi formando uma elite de ascendência européia, a qual passou a ocupar zonas consideradas nobres de Porto Alegre, onde abeleza da natureza era fundamental. O fator preponderante, que motivou a ocupação do bairro Moinhosfoi, sem dúvida, sua topografia, pois a altitude era definidacomo um atributo natural ligado ao conceito de qualidade, significando a impossibilidade de ocorrerem enchentes, além de proporcionar melhores condições de vida eum ótimo panorama. A partir de 1878, o bairro passou a ser habitado, basicamente, por famíliasmais abastadas, consideradas nobres, por causa de seu alto poder econômico, compostas por descendentes de alemães e suíços. O arraial São Manoel tinha residênciasimponentes, clubes e casas comerciais, a maioria em estilo art nouveau. Empresários de diversos setores viam nesse estilo a própria expressão de seu tempo,servindo-se de novas técnicas e materiais e definindo uma arte nova para tempos novos. A sociedade se modificou e a arquitetura tornou-se majestosa, pregando uma idéiade maior conforto. Contudo, apesar das melhorias promovidas na administração de José Montaury, este inexitoso ao tentar promover uma reordenação global da cidade, que guardava ainda traços do período colonial. Muitasdas iniciativas foram feitas no sentido de melhorar o equipamento já existente, especialmente o arquitetônico, e não o urbanístico, no que a iniciativa privada contribuíra bastante. Quem patrocinou a modernização da arquiteturada cidadesem dúvida foram os novos moradores, principalmente, a partir da primeira metadedo século XX, quando novos hábitosem suas residências, sobretudonas fachadas, davam sinais de novos tempos .Os projetos arquitetônicos desse período passam a valorizar as áreas sociais,definindo mais precisamente cada setor da casa conforme seu uso.